quarta-feira, 1 de julho de 2009

QUÍRON



Como boa sagitariana que sou, tudo que se refere à Astrologia me interessa, e muito. Sou curiosa e gosto de conhecer e saber, sempre que possível, um pouco mais sobre mim mesma e sobre a "influência" dos astros sobre nós (comportamentos, pensamentos, situações, ações, reações e etc..). A Astrologia, quando levada à sério e feita também por pessoas sérias, comprometidas com despertar, e não com "aquelas previsões" que banalizam a ciência, é uma ferramenta importantíssima que nos auxilia neste processo de autoconhecimento.
Li ontem este texto maravilhoso no site Nova Lis, e estou postando aqui para quem quiser saber algo mais sobre Quíron, sua alma e si mesmo.






imagem: símbolo de Quíron, retirado do site Nova-Lis


Apontamentos sobre Quíron
por Patrícia Azenha




"Estes são apontamentos que registei na conferência “A Astronomia e a Mitologia de Quíron” e Workshop “Quiron e a Jornada de Cura”, nos dias 6 e 7 de Março 2009, proferidos pela astróloga Melanie Reinhart. Fiquei com uma perspectiva mais clara sobre Quíron, foram uma conferência e workshop muito interessantes. O processo de Quíron não é como interpretar um planeta no nosso mapa, que nos fala da nossa personalidade. Quiron é um processo de cura que nos leva à nossa alma".




Astronomia, Mitologia e Astrologia de Quíron
"Quíron foi descoberto em 1977. A órbita irregular de Quíron é diferente de qualquer planeta, por isso não se encaixava em nenhum grupo de corpos celestes conhecido até à data. Ao longo dos anos teve vários tipos de classificações, planetóide, asteróide, cometa. No início dos anos 90 começam a descobrir-se outros corpos que se comportam de forma semelhante a Quíron. Então este grupo de corpos com órbitas irregulares dos limites do sistema solar, passou a chamar-se Centauros.
Um dos simbolismos de Quíron que está associado à sua descoberta é o fato de ser uma criatura estranha, que não se encaixa em nenhuma categoria, até que encontra a sua tribo, com a descoberta de corpos celestes semelhantes do cinturão de Kuiper para lá da órbita de Plutão. É como se tivessem estado na sombra, e de repente caminham em direção da luz. O cinturão de Kuiper é como se fosse o submundo celestial, que se encontra nas trevas, no limite do sistema solar.
Os centauros foram atraídos do cinturão de Kuiper para o sistema solar através da força gravitacional de Netuno. Estes ligam as órbitas de Saturno e Plutão e têm órbitas excêntricas. No caso específico de Quíron move-se entre Saturno e Urano, e chega a atravessar a órbita do primeiro.
A História de Quíron pode ser encontrada em livros e aqui na internet, e aconselho a sua pesquisa para complemento destes apontamentos, irei apenas referir alguns pontos chave.
A primeira grande ferida de Quíron é a ferida existencial, a rejeição da sua mãe, por ser meio homem, meio animal, que ela considerou um monstro. Ele foi abandonado para morrer, mas não era esse o seu destino.
A certa altura, já adulto, Quíron foi atingido na perna, sem intenção, com uma flecha envenenada de Hércules. Há várias versões do local da perna onde a flecha entrou, que vão desde a anca até ao tornozelo. O que reúne os simbolismos de Sagitário, Capricórnio e Aquário e os seus regentes, respectivamente, Júpiter, Saturno e Urano. Este é o caminho de Quíron nos céus.
O arquétipo do Quíron é o oposto do Herói, aquele que revela força e coragem exterior. Foi precisamente o mais heróico que o feriu - Hércules, apesar de sem intenção. O heroísmo de Quíron é interno, é uma força e coragem internas e não externas. Ele significa alguém forte, doce, alguém que carrega o peso da alma. É com a coragem interior que conseguimos enfrentar as nossas feridas mais profundas.
Há muitas feridas que são agravadas por heroísmo exacerbado. Quando ignoramos as nossas feridas e seguimos em frente com um sorriso na cara, estamos revelando coragem exterior. Temos que parar e escutar para que o processo de cura se desenrole.
O nosso potencial para ferir os outros, faz parte do processo de cura, tomarmos consciência disso é muito importante.
Como a seta que feriu Quíron estava envenenada, a sua ferida não curava e como era imortal não podia morrer. A sua situação era como um beco sem saída. Quando Quíron se manifesta em nós é muitas vezes este o sentimento que aflora, algo que parece não ter remédio.
Por isso do ponto de vista da alma, as coisas vão repetir-se até que a aprendizagem seja feita. Até que tomemos consciência e aí podermos evoluir no processo de cura.
Esta cura tem que vir de dentro para fora e de fora para dentro e não apenas de fora para dentro, pois isso não será cura mas apenas um tratamento.
Há uma diferença entre curar e tratar. Curar aplica-se à alma, tratar ao corpo.
A verdadeira cura está dentro da própria experiência e acontece atraindo as experiências e não afastando-as ou fugindo.
Quiron acorda-nos para o nosso destino individual, que não é separado do mundo exterior, mas faz parte dele.
O caminho do Centauro é estar ao serviço dos outros.
Prometeu foi castigado por roubar o fogo aos Deuses e para ser salvo tinha que trocar com alguém que abdicasse da sua imortalidade.
Quíron ao fazê-lo perdeu-a e pode finalmente morrer. Assim pode ressuscitar e o problema dos dois resolveu-se.
Muitas vezes somos impotentes para nos curarmos mas temos a capacidade de curar os outros. O exemplo mais simples é quando ouvimos alguém, a dor liberta-se e prossegue o processo de cura.
Na nossa jornada de cura estamos tentando roubar o fogo das autoridades.
A jornada do acordar é muito pessoal, leva-nos a um confronto com autoridades, com noções erradas e pré-estabelecidas, condicionamentos. Desfazer isso é muito doloroso. As estruturas internas profundas fazem-nos crer que é como somos. Com Quíron dá-se o despertar da alma e para empreender a jornada de cura, tem que acontecer a morte do ego. Estarmos ao serviço dos outros faz parte da jornada de cura.
O arquétipo de Quiron tem a ver com ser heróico e vulnerável.
Na nossa jornada de cura simbolizada por Quiron há um processo de aproximar opostos, a aceitar as contradições, levando-nos das fases em que tudo é perfeito com insights – Urano e de volta para Saturno onde há um andar para trás, e vice-versa. Quíron é o órgão para o nosso despertar. Na nossa jornada de cura, o processo da dor é necessário, pois concentra a mente de uma forma especial, temos que dar tempo à dor, para vivenciarmos e integrar a experiência, de forma a que ela se vá desembrulhando e resolvendo. Quando se reprime de imediato a dor, acabamos por não resolver e curar a nossa ferida. O que Quíron nos pede é que trabalhemos a nossa alma de forma a aliviar, curar esse peso morto que todos carregamos dentro de nós.
O verdadeiro processo de cura começa quando as palavras falham. As experiências que trazem a falta de palavras, as experiências de grande intensidade, no meio de intenso sofrimento onde parece não termos percepção de nada, o que acontece é que depois aumentamos o nosso nível de consciência.
Um dos significados de Quíron é aquele que anda para trás e para a frente num processo entre a busca da luz e o regresso à escuridão.
Onde Quiron está no mapa a energia está invertida. É onde a energia empurra a pessoa para dentro. É onde está o despertar da nossa alma e a integração desse despertar.
Quíron não é um planeta, aborda-se de forma diferente, não está relacionado com a personalidade mas sim com a jornada de cura que nos leva à nossa alma. É o lugar onde vamos encontrar muitos obstáculos.
A personalidade está emaranhada com os condicionamentos da vida e afasta-nos da alma. Com Quíron a nossa relação com a alma muda, transforma-se. Quíron leva-nos ao centro, entre uma vida de desejos sem limite e uma vida de restrição, ele leva-nos ao caminho do meio, ao caminho da alma, ao caminho espiritual. Onde está Quiron no mapa é onde nos sentimos exilados, estrangeiros.
Neste processo de cura é requerida solidão para nos encontrarmos e voltarmos a entrar em contato com o mundo servindo os outros.
Quíron é um processo e não um planeta. A maneira melhor de ver Quíron é estudar todos os trânsitos e aí começarmos a senti-lo. É importante saber os pontos em que Quíron muda de direção. Há um período de pelo menos 2 semanas por ano em que as energias são muito fortes. Quando está estacionário ou muito lento, é como um ponto de mudança da alma. Acontece sempre e será muito reforçado se fizer aspectos ao mapa natal.
O modo de abordagem ao mapa é semelhante ao que se faz com um planeta. Vê-se signo, casa e aspectos e depois escutamos, iniciamos um processo de auto-reflexão, o que nos leva em direção à alma, vendo algo que necessita de ser visto. Torna-se necessário questionar, meditar…escutar. Tudo o que surja, seja uma emoção, sensação, pensamento, nós perguntamos o que é isto? Temos que esperar que o próprio processo nos mostre. O insight virá na altura certa, pode não ser de imediato, mas daí a 1 semana, 1 mês, 1 ano, virá quando tiver que vir e aí saberemos.
O retorno de Quiron aos 50 anos é um período de renascimento. De 9 meses a 1 ano antes do retorno de Quíron é quando as influências ancestrais são reveladas, quando aquilo que temos que trabalhar nesta reincarnação fica claro. Quíron vai iniciar os mesmos trânsitos ao mapa natal que fez na altura a seguir ao nosso nascimento.
Antes de começarmos a falar, existimos num campo de experiência muito ligado aos sentidos e não nos recordamos. A nossa consciência está trabalhando em outro nível. Parece que o retorno de Quíron nos trás à mente o nosso sentido para a vida.
Pode haver e muitas vezes há um elemento de recapitulação do passado. Nos primeiros 50 anos lidamos com a ferida pela primeira vez. Depois dos 50 contactamos com a mesma realidade mas com outro nível de consciência.
Na interpretação devem usar-se também os regentes esotéricos, pois Quiron refere-se à alma".

(Outro autor muito bom, para leigos como eu, e talvez para o não tão leigos assim, é *Martin Schulman, já li alguns de seus livros e foi de grande ajuda para compreender certos aspectos (assuntos) em meu Mapa Natal. Bem, quem tiver interesse em fazer um Mapa, procure alguém sério no que faz pois vale a pena).
*Alguns títulos de Martin Schulman que li:
Os Nódulos Lunares (Astrologia Cármica 1),
Planetas Retrógados (Astrologia Cármica 2) e
Roda da Fortuna (Astrologia Cármica 3), todos da Coleção ASTROLOGIA CONTEMPORÂNEA, Editora Ágora.
Outros títulos do mesmo autor:
Vênus, a dádiva do amor,
A Harmonia Celestial,
Ascendente, sua porta Kármica,
Astrologia, Energia e Sexualidade,
Relacionamentos Kármicos e
O Carma do Agora.
Outro livro muito bom é " Palavras-chave da ASTROLOGIA", de Hajo Banzhaf e Anna Haeber, pela Editora Pensamento.

Já a astróloga Melanie Reinhart, tem um livro editado no Brasil que chama-se "Quíron e a Jornada em Busca da Cura", de 1995, pela Editora Rocco, não conheço este livro... ainda, também não sei se existem outros livros dela por aqui.




O texto completo está em: Nova-Lis.
O blog de Patrícia Azenha é Princesa Esquimó, que por sinal, é ótimo!


Sites interessantes de:
Martin Schulman e Hajo Banzhaf

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